segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

A dream of a night...or a night of seduction


Era de noite... já tinha jantado, e encontrava-me em frente ao computador tentando apagar a solidão que me assolava...
Lá fora, leves gotas de agua caiam, tocadas por um brisa seca de mar...
Porque estava eu em casa? "Equipei-me" e saí...

Fui até a um bar que me trazia algumas recordações, sentei-me no meu habitual canto escuro e pedi o meu whisky... Envolvido pela musica, navegava nas estrelas como um surfista prateado em busca do seu planeta...

De repente, ouço um boa noite... ali estava ela... Seus olhos perfurantes, seus cabelos negros molhados pela chuva sobre seu rosto, suas sinuosas curvas que levariam o mais são dos sãos à loucura e o mais cego à luz...
Pediu para a meu lado se sentar... a casa estava vazia e ela queria ficar naquele sofá junto a mim?!?!

Bebi mais um golo... e cheguei-me para o lado...

O seu vicio era como o meu...whisky, apesar de marca diferente...
Cigarro para aqui, copo para ali, e a única coisa que se ouvia era a musica de fundo, e às vezes uma alma perdida que ia até ao piano e divagava umas notas de algum tema marcante...
Olhares mais profundos se cruzaram... o cheiro do seu perfume substituiu o efeito que o álcool estava a ter em mim, e sem me aperceber meus dedos já percorriam os seus cabelos negros e meu rosto tocava o seu...
Do nada, nossos lábios se uniram e nossas línguas se entrelaçaram... seus lábios doces e húmidos me levavam à loucura e sua língua me fazia voar... Senti meu rosto a ficar húmido, lágrimas escorriam sem saber o seu porquê...

Saímos...ela morava perto, e no meu carro eu já não sentia confiança para entrar...
Ao entrar em sua casa, fui assolado por medos, medos do que podia fazer ou do que podia sofrer, medos de mais erros vir a cometer... mas o frio negro das paredes fazia unir-nos mais ainda...

Cheguei a uma sala que apenas tinha um tapete no chão...

Sentia o seu corpo encostado ao meu, enquanto beijava o seu pescoço e subia as minhas mãos pelas suas coxas, fazendo aumentar a intensidade da sua respiração, que já se confundia com o bater do meu coração...
Ao subir a sua camisola, expondo-a ao frio das paredes, comecei a desnudar um corpo de desejo, prazer e dor.
Sua pele suave como veludo, o seu cheiro, arrepios a cada toque dos meus dedos, a cada toque dos meus lábios... o desejo e a paixão tomava conta de nós. Arrancou a minha camisa deixando exposto tatuagens e marcas da vida...
marcas que outras deixaram...

Beijei novamente o seu pescoço, descendo pelas suas costas, enquanto tocava seus seios de verdadeira mulher, fazendo surgir as primeiras palavras entre nós, profundos gemidos de prazer...
Ao chegar à sua saia, suavemente desci o fecho mostrando umas ancas para agarrar, e algo mais ainda para possuir...

Afastei-me... dores tomaram conta de mim...

Vejo seu olhar receoso... uma mulher apenas de lingerie numa casa escura, vendo um homem contorcido e transformando-se...
A medo ela se aproximou... mais lágrimas, ainda não sei o que significam...
Ao chegar a mim ela despe-me totalmente, e aí, se palavras já não existiam, então desejos passaram a actos... Demónios de promiscuidade tomaram conta de nós, e uma cegueira de desejo, loucura e paixão guiaram os nossos corpos para uma noite de prazer, de loucura, de arrependimento

Acordo no mesmo tapete...vejo a dia a começar nascer... teria sido um sonho?
Sinto dores e sinto minhas costas molhadas... sangue, se foi sonho foi muito real, pois tenho as marcas das suas unhas... Olho para lado...não foi um sonho...
Deixo-lhe um beijo no rosto...

Voltarei a vê-la, sei onde ela está, onde ela passeia...
Se ela irá ver-me? Irei passar novamente ao seu lado, sentar-me no mesmo bar... mas não me irá reconhecer, será apenas um sensação de deja vu... talvez o aroma do meu copo de whisky lhe desperta uma cegueira de desejos e se lembre dos lábios que no silencio da noite falaram com mais profundidade que as palavras de qualquer poeta...

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Just another choice...

Verifico na minha actual condição as vantagens da calma adquirida.



Vejo a paz com que observo os meus semelhantes… a calma e desejo físico/psicológico com que olho as mulheres que me rodeiam, vejo os olhares desconfiados dos homens por terem mais player no jogo, mais um na corrida que é a busca de algo que não se descreve nem encontra.



Contorno as regras do jogo, substituindo gritos por palavras, por sorrisos e olhares sedutores…

Vejo-me príncipe quando penetro as almas com meu olhar profundo, vejo desvios e sorrisos de admiração e espanto…



Deixo-me envolver pela banda sonora com que ocupo o meu dia, que me transporta do meio dos papeis para a companhia de um garrafa, saboreando o meu charuto e deliciando-me com curvas sensuais…


Serei a personificação da calma, ou a frieza de um calculismo que sob um rosto de anjo constrói um labirinto para todos se perderem?

Serei um polvo que estende seus tentáculos tocando tudo e todos, a bem ou a mal?

Serei uma aranha, que faz a sua teia para ver quem nela fica presa?

Ou serei um Escorpião, que por mais ajuda que receba irá sempre espetar o seu veneno matando quem está a seu lado… e que quando encostado à parede por tudo e todos, para não sofrer a vergonha da derrota, ganha o inferno do suicídio?



Se a perfeição não fosse utópica...eu seria um deus loucura ou um demonio de prazer...
O que devo escolher:
Um deus para usufruir da loucura de colocar a paz nas pessoas a minha volta?
Um demonio para de prazer encher a mente e corpo daquelas que me rodeiam?

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Partir ou Ficar...mas mudar...

É triste descobrir a frieza que temos dentro de nós e a agressividade com que a utilizamos.
É triste ver a simplicidade com que magoamos alguem e continuamos o nosso dia a dia.
É triste ver a pessoa que sabemos que vai chorar, e mesmo assim não guardar-mos para nós as palavras que a vão cortar...

Deixamos que essa frieza tome conta do nosso ser... Mas porque o permitimos?
Porque sofremos muitas mágoas no nosso passado?
Para nos defendermos e não sermos nós os magoados?
Por gostarmos de magoar? Ou simplesmente porque somos parvos?

Um copo a mais faz soltar imensas palavras que se acumulam dentro de nós... e acabamos por dizer merda...bem a culpa é do alcool...
Mas quando estamos plenos da nossa consciencia, e olhamos alguem que nos sorri e é doce para nós, e simplesmente a magoamos sabendo que o estamos fazer...

Assim se estragam sorrisos, se queimam amizades e simplesmente se magoa...

Julgamos ser muito fortes por tal fazer-mos, quando na verdade isto apenas reflecte maldade, fraqueza... o que resulta em tristeza

Estou a olhar neste momento o rio que reflecte a minha face mostrando, cada vez que lhe toco, um dos varios rostos que tenho... doce, frio, mau, amigo, amante, louco e demente, todos eles sou e serei eu...

A decisão está tomada e objectivo traçado... não é um objectivo utopico, mas dificil de alcançar...

Olho o comboio parado na estação... nele encontra-se tudo o que as pessoas desejavam que eu fosse, que eu mostra-se... prepara-se para partir mas as portas ainda estão abertas... resta saber o que vai acontecer... quem sabe ainda compro um bilhete e parto para o desconhecido procurando assim descobrir aquilo que realmente eu posso ser...

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Significados


O que é o significado das palavras?
Será o seu sentido literal? Será o seu enquadramento? Será o que nos achamos que é?

Vejamos uma simples palavra: AMOR

O dicionário diz o seguinte:

1 .sentimento que predispõe a desejar o bem de alguém
2.sentimento de afecto ou extrema dedicação; apego
3.sentimento que nos impele para o objecto dos nossos desejos; atracção; paixão
4.afecto; inclinação
5.relação amorosa; aventura
6.objecto da afeição
7.adoração; veneração; devoção
8.coloquial pessoa muito simpática

Mas o que é o amor para nós?

Para mim é algo que se sente por outra pessoa, alguém nos faz sentir que somos únicos no mundo, alguém por quem somos capazes de dar a vida... uma namorada, a nossa mulher...
Mas... todos temos amigos ou amigas que nos fazem sentir únicos e por quem daríamos a vida, então será que os amamos?

Rara vai ser a situação em que veremos um homem a virar-se para o seu melhor amigo e dizer " eu nutro amor por ti", seria encarado como uma mariquice...

Das definições que apresentei acima, a mais, digamos, "problemática" será a nº 3:
- "Eu amo a minha mulher, mas aquela loura...ai jasus!!!"! uma paixão fugaz de momento...poderá ser amor de acordo com o dicionário
- "Tenho esta amiga à 10 anos, rimos juntos, saímos juntos...vendo bem ela até faz o meu estilo, tem química e até me atrai" uma atracção...poderá ser amor de acordo com o dicionário
-"Todos os dias quando ela passa...perco-me do que estou a fazer...é uma mulher desejável e eu desejo-a imenso, como se diz era um fim de semana de Quinta a Domingo" Desejo...poderá ser amor de acordo com o dicionário

Então afinal o que é amor?

Olhem à vossa volta...quem sabe não existe ali alguém para amar ou que vos ame...

E atentem que nem tudo significa apenas o que é!

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Decisions...

Parafraseando outro "poeta":

"Sinto um peso nas costas, mas não consigo tirá-lo,
estado da situação que nunca dá pa alterá-lo,
inalo o cheiro da vida, vivida num só lugar,
na esperança que um dia tudo pudesse mudar.
Quem analisa não critica a primeira pessoa,
porque a experiência tem uma consciência que não perdoa.
Nunca esteve vazio, mas já senti menos o peso,
se não lutas pelo que queres tu cais no desprezo.
E não sais ileso, sais confuso, inconsciente,
ou ainda duvidas que o futuro depende do presente!
Perguntas à verdade mas não queiras que ela responda,
achas que é cedo demais para fazer a ronda,
e abater o culpado que não se assume,
na lei do meu mundo sou suspeito do costume,
faz um zoom, porque não tas a ver bem, não vivas na noite se não o dia não vem!!!

Decisões são feitas num minuto, mantenho a minha força nesta vida que eu luto!!

Quero viver sem negatividade, falta-me o poder e a força de vontade.
Porque é que a solidão faz-me ficar pensativo,
porque é que a solução é tentar ficar vivo.
A ambição é jovem, o que é que o velho pensa?
Reformado na vida à espera que a morte o vença.
É fodido, percurso foi interrompido, se duvidas o vocabulário é sentido.
O próximo vai, e nunca mais volta, sentimento é só um, o da revolta!
Dá-me a vida de puto, sem preocupações, quero o meu canto, não o dos campeões.
Porque a vitória traz sempre novas ambições, mete-te tonto,
na roda dos milhões. A escolha que é feita não vem em forma de botões,
nesta vida vais ter de tomar decisões!!!

(Sam The Kid - Decisões)

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Noite negra de tristezas...

Acordei…não tinha relógio e a televisão nem ligava…
Olhei a janela, e escuro como breu tudo estava…Vi as luzes dos carros e os relâmpagos que iluminavam algo que perseguia…
É tempo de vaguear…arranjei-me como nunca o faço…vesti o meu fato preto e a minha camisa preta...gel no cabelo, o meu sobretudo escuro...os meus oculos escuros para mais negro o mundo me parecer...
Saí de casa... Minha mãe em lagrimas ficou por ver o que levei comigo, meu pai apenas baixou a cabeça, a sua tristeza destroçava-me o coração, talvez por isso pus os oculos para não se ver o deserto de indiferença que é o meu olhar...
Está frio... Tenho os carochos à minha porta a destruirem-se, vejo em rostos aquilo que já eu fui... Ouço uma voz "Comé que é!Estas de volta?", vejo logo uma enrolada, e ao lado uns riscos de branca... NÃO! Não estou de volta...apesar de negro continuar, e a loucura me possuir, existem esqueletos que consegui destruir...
Começo a andar...carros de um lado, lixo do outro, gritos e tiros...chuva...
Parece que sempre que caminho sou perseguido...
Apanho o autocarro... Pobres almas que vão trabalhar... Sento-me no ultimo banco, ao meu lado um carocho se senta e pede-me trocos viro-me "Sócio, baza!", ele ao ver as minhas mãos a tremer afasta-se...
Volto à rua... Não sei quanto tempo passou mas a noite mantem-se...
Subo a rua... Ouço novas vozes "Querido queres ir comigo? Sou muito carinhosa...são só 20€"... Old school, parece que voltei à podridão humana, julguei que já tivesse passado este purgatorio... pelos vistos não sei...
Hummm... tenho sede... um bar underground me chama... sento-me e peço o meu Johnnie Walker com duas pedras... no palco, uma moldava exibe as suas mamas... uau, acho que afinal estou num talho, pois aquilo é so um bocado de carne... mas, bem, cartão de credito para cima da mesa, cortina fechada... 3min de musica e whatever...

Saio... hum alguma luz ja começa a brilhar... acho que o pouco de bom que existe em mim começa a tentar impor-se...

Olho o telemovel... quem me arrancava da escuridão ja partiu e as lagrimas que larguei ja secaram completamente... restam as marcas que fiz no meu corpo por uma estupida ignorancia... o objecto que usei continua no bolso...

Sinto algo a vibrar... o telemovel a tocar..que se passa?
"ola meu poeta, nunca mais disseste nada...onde andas, tenho saudades!" desliguei...
"Como é que é miudo???vamos para o casino esta noite?" desliguei...
"Ola, como estás? Que cenas são estás que andas a escrever?Parece que estás a vacilar outra vez..." desliguei...
Desliguei, mas é verdade... ignoro todos a minha volta, e procuro onde não existe... É como procurar uma pessoa no meio de Nova Iorque tendo so como referencia o seu rosto...

Finalmente está a nascer o sol... e o alcool ja escorre nas minha veias... sento-me no chão e fecho os olhos... vamos ver se isto foi um sonho ou se andei mesmo a divagar...

É noite outra vez...tiro camisola e olho-me ao espelho... mais marcas, mais tatuagens, mais historias...o mesmo final...

domingo, 4 de janeiro de 2009

a quem de direito...ou a quem ande perdido


Muitas vezes isola-mo-nos, pois julgamos que no nosso mundo, sozinhos e sem ligações, estamos seguros.

Esta escrito num livro: "Dependemos de nós, não dependemos de ninguém a não ser de nós, dependemos de nós bem temperados espiritual e fisicamente"
Quem lê estas palavras julga que é isso mesmo, efectuar tudo por nós...uma espécie de isolamento.
Como estar na prisão onde o ditado diz "mostrar os dentes é sinal de conflito", e por isso isola-mo-nos, ou tentamos manter-nos neutros

Convivemos e lidamos com aqueles que vagueiam à nossa volta, mas sempre sem deixar que nos conheçam...
Mas porquê?
Medo de ser magoado ou magoar?
Medo de chorar? ou de rir e gostar?
Medo de amar e poder não resultar?
Medo de viver?

Em tempos fui assim, isolado, julguei que sozinho enfrentava tudo e todos, fechado dentro do meu casulo não sofria, sozinho não me magoava...
Mas estava errado, descobri que, mesmo tendo pessoas à minha volta, se não as torno minhas amigas, os sorrisos que existem significam pouco...
Se não abro o coração e deixo que ele seja penetrado e enlaçado, não se percebe um prazer de viver...amar...
Se não se ama, mesmo que por pouco tempo, não vale a pena viver...

Aquela frase "Dependemos de nós, não dependemos de ninguém a não ser de nós, dependemos de nós bem temperados espiritual e fisicamente", pode depender de nós abrir a porta de um objectivo, mas é sempre necessária a ajuda daqueles
que mereceram a nossa confiança e que confiaram em nós para nos ajudarem a percorrer o caminho difícil até à porta desejada...

Da-mo-nos a conhecer o suficiente para manter "alguma coisa"... sim, nunca mostra-mos tudo pois todos temos esqueletos no armário...ou simplesmente medo...ou acha-mos, que por alguma razão, "it's not te right time"...mas o que é a hora certa? O que é a pessoa correcta? O que é o viver, ou simplesmente deixar que passem por nós como o vento quando sopra?

É preciso confiar para ser digno de confiança...dar para receber...é preciso acreditar...

Escrevo isto porque alguém me surpreendeu com palavras que em outros tempos eu apelidei como minhas

Não estou a tentar mudar ninguem, nem quero que mude, "cada um é como cada qual e ninguém é como evidentemente"..."but take a chance, because you never know what the wind blows"

Boa noite
 

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